terça-feira, 8 de abril de 2008

Resenha crítica do texto “O que é Beleza”

O texto, escrito por João Francisco Duarte Júnior, tenta fazer o leitor entender o que exatamente significa para o ser humano a experiência estética. O exemplo dado para compreender essa experiência é o de quando vamos ao cinema, onde nos envolvemos por uma “outra realidade”, que nos faz, por algum tempo, esquecermos da nossa. Deixamos todos os problemas fora da sala e nos concentramos na obra que nos toma, assim vivenciamos uma experiência estética.
Para um melhor entendimento, o autor acha necessário saber o que é uma obra de arte, ou seja, como se dá a sua “estrutura”, e qual função ela desempenha. Mas, antes disso, se vê necessário, desvendar o “local” onde reside a beleza. Para ele, a beleza não é uma qualidade objetiva que certos objetos possuem. O que é belo para um não o é para outro, a beleza não se encontra nas coisas, ela habita a relação que um sujeito mantém com o objeto. O autor cita a definição de Susanne Langer a fim de expor seu pensamento sobre a arte, onde ele diz: “arte é a criação de formas perceptivas expressivas do sentimento humano”. Mas, João Francisco vai mais além, ele diz que a arte dirige-se fundamentalmente às faculdades perceptivas humanas (e não às intelectivas), através da arte temos como que uma visão do mundo de nossos sentimentos, temos formas que nos permitem “ver de fora” a inefável dimensão do nosso sentir.
Segundo o autor, a linguagem não consegue descrever os sentimentos, ela não pode transmitir o sentimento expresso por uma obra, pois a obra nos permite contemplar os sentimentos por meio de formas que guardam uma relação de analogia com eles. Se na linguagem o significado está “fora” das palavras, na arte ele está engastado, aderido à sua forma. Em suma, na arte não existe um “conteúdo” que possa ser expresso (identicamente) de várias maneiras: a forma é o próprio conteúdo.
Diante do exposto pelo autor, foi possível perceber que, em essência, o que ocorre numa experiência estética é que nossos sentimentos são tocados, são despertados pelas formas do objeto e então vibram, dando-se a conhecer a nós mesmos. Nesta experiência, o objeto é o foco da atenção e percepção, isto é, não faz parte e não se relaciona ao “sistema” de coisas existentes ao seu redor. Durante o seu decorrer não há conceitualizações, nem pensamentos (discursivos) a respeito do objeto, há apenas um experenciar mais global, onde os sentimentos vibram a partir das formas por eles apreendidas.
Por: Luan de Macêdo

2 Comentários:

Às 16 de setembro de 2016 às 12:03 , Blogger Unknown disse...

Gostei muito

 
Às 16 de setembro de 2016 às 12:03 , Blogger Unknown disse...

Gostei muito

 

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