quinta-feira, 10 de abril de 2008

Resenha/Resumo

A experiência estética


Autor: DUARTE Jr., João Francisco
Livro: O que é a beleza. SP:Brasiliense. 1986


A análise de uma obra de arte deve serve para procurar a beleza. Porém, a beleza não se encontra nem no objeto em si mesmo, nem isoladamente nos sujeitos humanos. Para o autor, a beleza habita a relação. A relação do sujeito com o objeto, ou seja, a beleza está entre o sujeito e o objeto.
Neste sentido, a obra de arte, que é uma forma acabada, é perceptível ou se oferecem à percepção, são elas que dirigem as faculdades perceptíveis humanas. A arte é um símbolo dos sentimentos humanos, que não pode ser comunicado conceitualmente. Ela é simplesmente expressão.
Para o autor, a arte significa somente aquilo que existe em suas formas perceptivas, e que não pode ser expresso de nenhuma outra maneira. Por isso ela não nos transmite conceitos, que poderiam ser comunicados através de sinônimos, mas exprime sentidos em nível de sentimentos em suas formas mesmas.
Não sendo uma forma de linguagem, arte pode ser considerada um código expressivo, pois ela se nos apresenta de forma total, um sentido num todo inteiro.
O assunto de uma obra de arte não é o seu significado, pois nela não importa o “que” e sim o “como”, a sua forma é o seu próprio conteúdo.
O que ocorre numa experiência estética é que os sentimentos são tocados, são despertados pelas formas do objeto e então vibram, dando-se a conhecer a nós mesmos. Ao revelar-nos o mundo – por meio de seu próprio mundo – o artista nos mostra a nós mesmos.
O sentido entre a obra e o espectador faz com que cada qual entre com sua parcela de significados. A arte encaminha os sentimentos do espectador numa determinada direção, mas a forma de vivenciar esse sentimento é própria do espectador. Nesta experiência estética, quanto mais sentidos possibilitar, mais pela a obra de arte será. No momento desta experiência o mundo prático é substituído pela realidade da obra.
Para o autor, nesta “nova realidade”, a consciência do espectador se modifica mudando sua percepção, deixando de ser utilitária tornando-se estética.
A percepção estética busca a verdade do objeto. A arte deve ser fruída, desfrutada, serve para despertar no espectador a consciência e a vivência de aspectos do sentir, com relação ao mundo.
A percepção estética é considerada por alguns autores como “desinteressada”, uma percepção que apreende o objeto com um todo, sem analisar suas partes constituintes, uma percepção global de suas formas expressivas. O espectador fruindo e degustando a obra de arte segue os caminhos propostas pela obra de arte, recriando tais formas de acordo seus sentimentos.
No relacionamento eu-isso, isto é entre o espectador e a obra de arte, a experiência estética toma uma forma em que o sujeito e o objeto encontram-se numa relação de igualdade, face a face.
Para o autor, o prazer experimentado numa experiência estética não resulta da satisfação de um desejo ou de uma necessidade. Vai muito mais além do que isso. Ela faz pensar que uma grande obra de arte fica em nossa cabeça após sua fruição. Não é um desejo tão prontamente satisfeito e esquecido. O espectador só toma a obra de arte como um todo, como um objeto para nosso pensamento conceitual, após essa experiência de gozo ou fruição.

* Ricardo Carvalho da Silva
Estética de Comunicação de Massa - 2008.1

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